Autoridades brasileiras e argentinas discutem impactos da hidrelétrica na Rota do Yucumã
A principal preocupação abordada foi a interferência causada pela hidrelétrica instalada em Foz do Chapecó
A sede da Amuceleiro, em Três Passos, foi palco de uma reunião nesta sexta-feira, 12, entre autoridades turísticas do Brasil e da Argentina para discutir as condições da Rota do Yucumã, no Brasil, e da Rota do Salto do Moconá, na Argentina. A principal preocupação abordada foi a interferência causada pela hidrelétrica instalada em Foz do Chapecó.
Participaram do encontro o presidente da Rota do Yucumã e prefeito de Inhacorá, Everaldo Rolim, o Diretor de Turismo da Municipalidad de El Soberbio, Víctor Motta, o Intendente de El Soberbio, Roque Sobockzinski, e o presidente do Consórcio Rota do Yucumã, Rodrigo Locatelli Tissot, além de diversas autoridades políticas e técnicas da área ambiental.
A Resolução nº 49 da Agência Nacional das Águas (ANA), de 17 de julho de 2018, exige que a operação do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) Foz do Chapecó ajuste a vazão de modo a preservar o Salto do Yucumã. A normativa determina que a vazão deve ser mantida em até 1.000 m³/s das 12h de sexta-feira até às 12h de domingo, evitando assim a inundação do salto.
– O regramento da Agência Nacional de Águas, ao que tudo indica, não está sendo cumprida pela hidroelétrica, e isso gera grandes prejuízos para o setor turístico do Brasil e da Argentina, considerando que o nível do rio Uruguai, oscila sem o devido controle, prejudicando a visibilidade do Salto do Yucumã, bem como a operacionalização dos barcos de passeio, causando desinteresse dos turistas –, afirma presidente do Consórcio Rota do Yucumã, Rodrigo Locatelli Tissot.
Angelita Bomm dos Santos, Secretária Municipal de Turismo de Derrubadas, apontou que os termos de regulagem estão em desacordo, uma vez que o salto permanece encoberto durante o dia, tornando-se visível apenas à noite.
Víctor Motta, Diretor de Turismo de El Soberbio, destacou que a regulação das águas prejudica não só o turismo, mas também o transporte de embarcações pelo rio.
Everaldo Rolim, Presidente da Rota do Yucumã, ressaltou a importância do turismo para diversificar a economia local, tradicionalmente dependente da agricultura. Ele afirmou que a reunião na Amuceleiro é um passo inicial para mobilizar as esferas públicas estaduais e federais, buscando regularizar as operações da hidrelétrica para que o Salto do Yucumã permaneça visível por mais tempo.
Roque Sobockzinski mencionou as várias iniciativas conjuntas entre Brasil e Argentina para promover o bem comum. Ele destacou a parceria com a empresa Macuco Safari, que detém os direitos de exploração turística do salto, e observou que o turismo gera emprego e renda, com El Soberbio oferecendo 1.200 leitos para turistas e contando com 80 mil hectares na reserva do Moconá, que precisam ser preservados.
Fonte: LA+
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