Um dia após ataques a pagers, walkie-talkies do Hezbollah explodem e matam ao menos nove pessoas no Líbano

Pelo menos 300 pessoas ficaram feridas

Um dia após ataques a pagers, walkie-talkies do Hezbollah explodem e matam ao menos nove pessoas no Líbano
Um dia após ataques a pagers, walkie-talkies do Hezbollah explodem e matam ao menos nove pessoas no Líbano (Foto: Reprodução)

Um dia depois de explosões em pagers que deixaram 12 mortos e milhares de feridos no Líbano, walkie-talkies do Hezbollah explodiram nesta quarta em um subúrbio de Beirute. Ao menos nove pessoas morreram e cerca de 300 ficaram feridas.

Algumas das explosões teriam ocorrido durante o funeral das vítimas dos ataques dessa terça.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse hoje que os “objetos civis” não deveriam ser transformados em armas. "É muito importante que haja um controle eficaz dos objetos civis para não transformá-lo em armas. Esta deveria ser uma regra para todos no mundo, que os governos deveriam ser capazes de aplicar", disse Guterres à imprensa.

O Hezbollah evita se comunicar por celular por medo de espionagem por parte de Israel e historicamente recorre a dispositivos com tecnologias offline. Autoridades libanesas acreditam que a agência de espionagem israelense Mossad colocou explosivos dentro de pagers importados pelo Hezbollah meses antes das detonações. A agência tem um longo histórico de operações sofisticadas em solo estrangeiro.

A crise entre Israel e Hezbollah se agravou depois de que autoridades israelenses declararam na terça-feira que a milícia xiita tinha se tornado um alvo da guerra desencadeada pelos ataques do Hamas em 7 de outubro. No mesmo dia, os ataques contra os pagers foram lançados.

A crescente tensão no Líbano pode agravar o conflito na região. O Irã financia tanto o Hezbollah quanto o Hamas e já trocou disparos com Israel depois da morte de membros da Guarda Revolucionária na Síria.

Israel

Ontem, o Hezbollah e o Hamas acusaram Israel dos ataques. "O inimigo israelense é totalmente responsável por esta agressão criminosa" e "receberá sem dúvida a sua punição justa", afirmou o Hezbollah em um comunicado.

O movimento islamista palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, também denunciou uma "agressão terrorista sionista", que não faz distinção "entre combatentes da resistência e civis".

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, “não estiveram envolvidos”, nem “tinham conhecimento deste incidente”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, que apelou ao Irã para evitar ações que possam “aumentar ainda mais as tensões na região”.

A coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, alertou para o risco de uma “escalada extremamente preocupante em um contexto já (...) volátil” e instou “todas as partes envolvidas a se absterem de qualquer ação (...) que possa desencadear uma conflagração mais ampla”.

Fonte: AFP / Correio do Povo

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