Ministro Alexandre de Moraes, do STF, determina suspensão da rede social “X” no Brasil

Decisão ocorre após empresa descumprir prazo para indicar representante legal no país

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, determina suspensão da rede social “X” no Brasil
Ministro do Supremo notificou Anatel para garantir bloqueio em até 24 horas (Foto: MAURO PIMENTEL / AFP / CP / Reprodução)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão da rede social X (antigo Twitter) nesta sexta-feira, 30. Moraes notificou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para bloquear o acesso à rede em até 24 horas. O despacho determina ainda multa diária de R$ 50 mil para quem utilizar VPN para acessar a rede social.

"Determino a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento do X em território nacional, até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional. No caso de pessoa jurídica, deve ser indicado também o seu responsável administrativo”, diz trecho do despacho.

A decisão foi tomada após a empresa descumprir a determinação judicial de apresentar um representante legal no país. Na quarta-feira, 28, o ministro do Supremo havia notificado a empresa e concedido prazo de 24 horas para cumprimento da determinação. No último dia 17, a empresa anunciou o encerramento das operações no Brasil.

A partir da ordem de bloqueio, as empresas que operam serviço de internet no país serão notificadas e deverão executar o bloqueio. Cerca de 20 mil empresas provedoras de internet estão cadastradas na Anatel.


Decisão de Moraes deve ter pouco impacto para quem usa VPN, diz especialista

A decisão do ministro Alexandre de Moraes que bloqueou a rede social “X” no Brasil ordenou também que as lojas de aplicativos retirem do ar as aplicações que possibilitam uso de VPN (Virtual Private Network). O despacho determina multa de R$ 50 mil para quem utilizar VPN para tentar driblar o bloqueio do X no país.

A decisão deve ter pouco impacto para quem faz uso profissional do VPN, segundo Thiago Ayub, diretor de tecnologia na Sage Networks, empresa de consultoria técnica voltada a provedores de internet. Ayub afirma que a retirada dos aplicativos de lojas como Apple Stores e Google Play Store impede apenas o uso por usuário leigos.

Ele explica que empresas que utilizam VPN de forma profissional costumam ter ferramentas próprias. O uso profissional deve ser “muito pouco” impactado, estima Ayub.

“Geralmente o uso profissional advém de VPNs criadas pelos profissionais de TI das empresas que as usam, não exatamente desses aplicativos gratuitos ou pagos de VPN. Ainda que uma empresa o faça por aplicativos prontos, isso pode ser substituído pela criação de VPNs manualmente por um time de TI capacitado para tal”, afirma.

Fonte: Correio do Povo

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