Projeto da UFSM visa estabelecer um sistema de alerta eficaz para riscos climáticos
Projeto Integrado de Monitoramento e Previsão Climática, Hidrológica e Geotécnica está vinculado ao CARE/UFSM
Em resposta às devastadoras enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, o Comitê de Apoio para Eventos Extremos e Emergências (CARE) da UFSM foi criado com a missão de implementar iniciativas e projetos voltados para a gestão de eventos extremos e emergências. Um dos destaques dessa atuação é o Projeto Integrado de Monitoramento e Previsão Climática, Hidrológica e Geotécnica, que visa estabelecer um sistema de alerta eficaz para riscos climáticos.
Através da combinação de modernos sistemas de monitoramento e modelos meteorológicos, hidrológicos e geotécnicos, o projeto tem como objetivo prever os impactos de fenômenos climáticos extremos em pequenas bacias hidrográficas, buscando mitigar os efeitos devastadores dessas situações sobre as comunidades afetadas.
Atualmente, a UFSM conta com sistemas computacionais de alto desempenho que, de acordo com o coordenador principal do projeto, Vagner Anabor, precisam ser aprimorados, além de estações científicas de observação meteorológica. No entanto, é necessário ampliar esses recursos para que se possa ter um monitoramento equivalente em nível regional. Há previsão de aquisição de novas estações meteorológicas para o projeto.
O projeto conta com três coordenadores: Vagner Anabor, do Programa de Pós-Graduação em Meteorologia da UFSM, lidera a coordenação principal; a parte de Geotecnia é supervisionada pelo professor do Departamento de Engenharia Civil Magnos Baroni; e a parte hidrológica está sob a responsabilidade do professor Daniel Allasia, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil.
Rede de monitoramento
“A proposta consiste em desenvolver uma rede de monitoramento meteorológico e hidrológico de alta resolução em pequenas bacias, ou seja, em bacias hidrográficas como a do Rio Soturno e rios da Quarta Colônia”, afirma Anabor. Segundo ele, essas áreas geralmente não são mapeadas nem monitoradas pelos sistemas hidrológicos nacionais, que priorizam grandes bacias. O Rio Soturno será monitorado pelo projeto, assim como os principais rios da Quarta Colônia.
Além de prever chuvas intensas, o projeto também permitirá prever condições de tempestades severas que produzem granizo, danos por ventos, e funcionará como sistema de monitoramento contínuo. De acordo com o professor, essas informações são fundamentais para o desenvolvimento regional, sobretudo de atividades relacionadas à agricultura, uma vez que podem ser usadas para um planejamento agrícola e previsões de secas.
O projeto começa com o monitoramento meteorológico e hidrológico, que fornece uma base de comparação com as previsões meteorológicas de chuvas de até sete dias. Essas previsões e os dados observados ajudam a prever quais serão os volumes de chuva. Então, essas informações entram no modelo hidrológico, que transforma os dados em nível de rio, velocidade da água, mancha de inundação e outras variáveis.
Da mesma forma, esses conhecimentos também são importantes para a parte de geotecnia, uma vez que as informações sobre chuvas são fundamentais para a estabilização de terrenos e encostas, permitindo se prever o impacto das chuvas tanto nos rios quanto na possibilidade de deslizamentos.
Informações para a Defesa Civil e comunidade
O projeto, com duração de dois anos, disponibilizará os dados coletados às comunidades por meio de um aplicativo e redes sociais. Como ainda está em fase de implementação, existe a previsão de instalação de sistemas e, posteriormente, a integração dos dados e a divulgação dessas informações via aplicativo. Esses serviços deverão estar disponíveis também para a Defesa Civil, órgão responsável por um conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas, destinadas a evitar ou minimizar desastres naturais e acidentes tecnológicos, preservar a moral da população e restabelecer a normalidade social. Anabor enfatiza que o papel do projeto é informar a população para sua própria proteção, mas, sobretudo, amparar o trabalho da Defesa Civil.
O projeto está na fase de obtenção de recursos, por meio de contatos com prefeituras. Após o período de dois anos, o sistema deverá estar estruturado e poderá ser assumido de forma cooperativa com outras parcerias públicas ou privadas.
Fonte: UFSM
Comentários (0)