Após protestos com 300 mortos, primeira-ministra de Bangladesh renuncia e foge do país; militares assumem o poder
A onda de protestos contra o governo começou em julho
A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (5), em meio a uma onda de protestos contra o governo que já deixou 300 mortos. As manifestações são lideradas por estudantes.
Após a renúncia, Hasina, que estava no poder havia 15 anos, fugiu do país, de acordo com as Forças Armadas. Os militares também anunciaram a formação de um governo interino comandado por eles.
Nesta segunda, milhares de manifestantes invadiram a residência oficial da premiê, na capital Daca. Imagens exibidas pela imprensa mostram uma multidão entrando no local.
Depois de um fim de semana com manifestações massivas e violentas, a internet foi bloqueada no país.
Em pronunciamento, o chefe das Forças Armadas, Waker-uz-Zaman, disse que o governo interino funcionará até que uma solução para o país seja encontrada.
Um dos países mais populosos do mundo, Bangladesh, no Sudeste asiático, vem sendo palco de protestos contra o sistema de cotas do governo que destina um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra de independência do país contra o Paquistão, em 1971.
A política de cotas havia sido abolida em 2018, mas foi restabelecida em junho deste ano. Em janeiro, manifestantes já haviam feito uma onda de protestos contra a premiê após ela se reeleger em um pleito do qual a oposição se retirou, alegando fraude.
A atual onda de manifestações começou em julho de forma pacífica, mas os protestos se tornaram violentos após embates com a polícia e com grupos pró-governo. Hasina fugiu para a cidade de Agartala, no Nordeste da Índia.
Fonte: O Sul
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