Caso Nego Di: Justiça nega novo pedido de soltura para o influenciador gaúcho

Influenciador, sua companheira e um sócio são investigados por crimes como estelionato e lavagem de dinheiro

Caso Nego Di: Justiça nega novo pedido de soltura para o influenciador gaúcho
Foto: Reprodução

Preso preventivamente em Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre) desde 14 de julho, o influenciador digital e humorista porto-alegrense Dilson Alves da Silva Neto, o “Nego Di”, teve negado pelo Tribunal de Justiça gaúcho um novo pedido de habeas corpus. Ele é acusado de suposto envolvimento em esquema de estelionato, lavagem de dinheiro, fraude tributária e realização de rifa virtual, prática proibida.

A defesa tenta a concessão de liberdade ou medidas cautelares alternativas, sob o argumento de ausência de fundamentos para que ele permaneça encarcerado. O ex-participante do reality-show Big Brother Brasil de 2021 e seu sócio Anderson Bonetti são investigados por suspeita de terem lesado ao menos 370 pessoas por meio do site tadizuera.com.br, entre março e julho de 2022.

Clientes do e-commerce relataram ter apago por televisores, celulares, eletrodomésticos e outros produtos, que jamais receberam. O dinheiro jamais foi devolvido.

Decisão

O magistrado sublinhou que, mesmo sob alegando não saber que os consumidores eram enganados, Nego Di jamais impediu que as vendas prosseguissem por meio do endereço eletrônico.

“Diante dos suficientes indícios da autoria dos dados informativos que instruem o procedimento investigatório, o magistrado indeferiu novamente o pedido de habeas corpus”, relata o site tjrs.jus.br. “No risco de reiteração criminosa, é impositivo o indeferimento [do pedido de soltura], pois de outra forma não se estará acautelando a ordem pública”.

Dilson Alves da Silva Neto teve a primeira prisão preventiva decretada no dia 12 de julho, pela juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas (Região Metropolitana), onde é mantido desde então. Ele foi alvo de ordens judiciais na praia de Jurerê Internacional, litoral de Santa Catarina, onde possui imóvel, e transferido para o Rio Grande do Sul.

No dia 15, um primeiro recurso foi negado pelo desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, da 7ª Câmara Criminal do TJ-RS. No dia 26, a juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet negou o segundo pedido de revogação da prisão preventiva.

Depósito fake

Nego Di também buscou ampliar a sua visibilidade durante as enchentes de maio no Rio Grande do Sul, alardeando nas redes sociais um suposto gesto de desprendimento financeiro: a doação de R$ 1 milhão em uma campanha de arrecadação para as vítimas da catástrofe. Ao acessar as contas do investigado por meio da quebra de sigilo bancário, porém, o Ministério Público (MP) identificou somente um pix de R$ 100.

O humorista foi a público repetidas vezes, na época, para questionar e criticar a atuação das autoridades durante a calamidade. E ainda direcionou sua “metralhadora-giratória” para celebridades como Xuxa Meneghel, Mitico.

Sua companheira também é investigada pelo MP por envolvimento em suposto esquema de lavagem de cerca de R$ 2 milhões com rifas virtuais. Ela foi presa em flagrante por manter em casa, na praia de Jurerê Internacional (SC), uma pistola de uso restrito às Forças Armadas. Mas acabou solta dias depois.

Em suas redes sociais, o também humorista gaúcho Eduardo Gustavo Christ, conhecido como “Badin, o Colono”, defendeu-se no caso. Ele é o criador da Vakinha na qual Nego Di alegou ter feito a contribuição milionária. Na época, Christ chegou a postar um agradecimento pela doação de “R$ 1 milhão”, mas agora alega que não tinha como saber se de fato o dinheiro havia entrado:

“Teve dias que entrou mais de R$ 10 milhões, não tinha como acompanhar se as doações que ele faria entrariam ou não. Muitos já sabem que o dinheiro foi administrado pelo Instituto Vakinha, eu repassava para eles e eles destinavam. Não tinha como eu saber se a doação dele entrou ou não”.


Fonte: Marcello Campos / O Sul

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